Nuno Portas
(PT)
Nasceu
em 1934. Frequentou o Curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa,
mas foi na Escola de Belas Artes do Porto que defendeu tese de licenciatura em
1959. Começou a trabalhar com o Atelier de
Arquitetura de Nuno Teotónio Pereira em 1957, passando, no ano seguinte a fazer
parte da direção da revista Arquitetura. A colaboração aqui publicada foi
distinguida em 1963 com o prémio Gulbenkian de Crítica de Arte. Em paralelo,
desenvolveu intensa atividade como cineclubista e crítico de cinema em diversos
jornais. Entre 1862 e 1974 foi investigador do Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, onde coordenou o Núcleo de Pesquisa de Arquitetura, Habitação
e Urbanismo. Entre 1965 e 1971 lecionou a cadeira de Projeto na Escola de Belas
Artes de Lisboa. No
Atelier de Nuno Teotónio Pereira, onde se manteve até 1974, Nuno Portas deixou
o nome ligado a edifícios tão marcantes como a Casa de Habitação de Vila
Viçosa, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus ou edifício
"Franjinhas", em Lisboa, e a projetos urbanos tão inovadores como o
do Restelo ou dos Olivais, também em Lisboa. Em 1974
aceitou o cargo de Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, funções em
que se manteve durante os três primeiros Governos Provisórios. Lançou o
processo de constituição das cooperativas de habitação, promoveu a criação de
gabinetes de apoio local, criou o programa SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório
Local), baseado numa metodologia de participação dos cidadãos na decisão das
questões relativas à habitação e ao urbanismo, e deu os primeiros passos
conducentes à adoção do planeamento local (Planos Diretores Municipais). Em
1990 integrou o executivo municipal de Vila Nova de Gaia, como vereador do
urbanismo. Como urbanista tem, desde o final da década de 70, desempenhado
inúmeras e diversas missões, quer na elaboração de planos, quer no
acompanhamento da execução de planos, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Foi consultor dos planos de ordenamento dos municípios do Vale do Ave,
coordenou o plano do campus da Universidade de Aveiro, foi responsável pela
primeira versão do Plano Geral da Expo 98 e dos termos de referência para o
concurso de conceção e construção da área de Chelas, em Lisboa, foi consultor
urbanístico para área histórica do município de Guimarães. Coordenou o
Planeamento Intermunicipal de Madrid (1980-1983), foi consultor do Plano
Estratégico Metropolitano de Barcelona (1991-92) e do Plano de Ordenamento de
Santiago de Compostela. No Rio de Janeiro, foi autor, com Oriol Bohigas, do
Plano de Frente de Mar e Estação das Barcas (1997-2000) e do Plano de
Recuperação da Zona Central (1995-2000). Foi consultor das Nações Unidas e da
União Europeia para as questões urbanísticas e de investigação. Cooperou com as
autoridades de Cabo Verde na preparação de legislação urbanística. Passou a
integrar o corpo docente no Curso de Arquitetura da Faculdade de Belas Artes da
Universidade do Porto em 1983. Participou no processo de criação da Faculdade
de Arquitetura da mesma Universidade, de que foi Professor Catedrático (1989),
hoje jubilado. Nessa qualidade, presidiu ao Conselho Científico da FAUP e
fundou e dirigiu o Curso de Mestrado em Planeamento e Projeto do Ambiente
Urbano. É membro da Comissão Científica Consultiva do Departamento Autónomo de
Arquitetura da Universidade do Minho. Foi professor convidado da Escola Técnica
Superior de Arquitetura de Barcelona, do Instituto de Urbanismo de Paris, da
Universidade de Paris VIII, do Politécnico de Milão, da Universidade de Ferrara
e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É doutor Honoris Causa pela
Universidade de Aveiro e pelo Instituto Politécnico de Milão. Tem o Prémio Sir
Patrick Abercrombie de Urbanismo da União Internacional de Arquitetos. Foi
distinguido com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
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